domingo, 23 de outubro de 2011

O que é e o que não é o escutismo

O que é o Escutismo:

- Educação para a vida - Como escuteiro, o seu filho vai aprender a conhecer-se melhor e a amar o
mundo. O Escutismo complementa a acção da escola e na família, preenchendo necessidades
específicas dos jovens de ambos os sexos. O escuteiro desenvolve o conhecimento individual, a
necessidade de explorar para descobrir, para saber.
- O Escutismo educa com divertimento - Como escuteiro o seu filho pode brincar aprendendo. Através
de programas adequados aos vários escalões etários, o Escutismo consegue os seus fins de forma a
ajudar os jovens a desenvolverem-se física, intelectualmente, social e espiritualmente. O Escutismo
proporciona aos jovens uma educação global, de modo a prepará-los para serem cidadãos
participativos e responsáveis nas suas comunidades.
Baden-Powell, disse um dia que o escutismo era: “... um alegre jogo ao ar livre, onde homens e rapazes
podem, em conjunto, entregar-se à aventura como irmãos mais velhos e mais novos, colhendo saúde e
felicidade, habilidade manual e espírito de serviço. (...) A intenção do Movimento dos Escuteiros e das
Guias é formar homens e mulheres como cidadãos possuidores de três dons fundamentais: Saúde,
Felicidade e Espírito de Serviço.”

O que Não é o Escutismo:
- Um ATL, Atelier de Ocupação dos Tempos Livres
- Um espaço onde “despejar” as crianças e jovens de forma a ocuparem-se quando os pais não sabem
o que fazer com eles
- Uma empresa de actividades de ar livre.
- Uma Empresa organizadora de Colónias de Férias.
- Uma Organização de Prestação de Serviços e mão-de-obra barata.
- Os chefes meros monitores

BP considerava não ser o escutismo: “...uma organização de caridade para ser dirigida por pessoas da
alta sociedade para benefício das crianças pobres; Não é uma escola com programas definidos e
critérios de exame; Não é uma brigada de oficiais e soldados onde, à força de paradas e formaturas, se
inculta virilidade nos rapazes e nas raparigas; Não é um espectáculo onde se obtêm resultados
superficiais por meio de uma remuneração em insígnias de competência, medalhas, etc.

Descubra as diferenças


Estávamos em fins de Setembro; período de renovação de inscrições no nosso Agrupamento - Bonfim.
Nestas alturas, é grande o sentimento de impotência que experimentamos, pois há que fazer escolhas,
selecções, na extensa lista de crianças e jovens em espera para ingressar nos Escutas. É que esta lista
cresce de ano para ano, e até sabemos que também assim é em muitos agrupamentos do Porto.
Chega então à nossa Secretaria, pela 1ª vez, uma mãe e o seu filhinho atrás. Teria ele uns 8 anos, iria
para os Lobitos. A pretensão rapidamente foi exposta, que aquela mãe talvez fosse muito ocupada:
sim, era sua vontade que o seu filho entrasse para os escutas, e queria a confirmação da ocupação do
seu filho aos Sábados à tarde e Domingos de manhã. Tinham-lhe dito que assim era, e isso servia-lhe
perfeitamente.
Foi necessário esclarecer a senhora que os Dirigentes dos Lobitos só teriam disponibilidade de reunir a
Alcateia aos Domingos de manhã; aos Sábados à tarde, não.
Então... e o Sábado à tarde, não poderia vir também? Assim não dava! 
E a senhora saíu ...e o menino atrás.
Ficamos com os olhos no rectângulo vazio da porta... nem foi necessário informar que provavelmente
o menino não iria ter vaga!
Não conseguimos dizer àquela mãe, que os Dirigentes, além do tempo para estar com os seus
elementos, têm reuniões quinzenal ou mensalmente de Direcção do Agrupamento, reuniões semanais
com outros responsáveis do seu grupo com vista à preparação das actividades, preparação de
acampamentos, visitas prévias aos locais de realização desses mesmos acampamentos, por vezes têm
de reunir com outras instâncias paroquiais, por vezes colaboram com a execução de actividades
regionais e nacionais, e ainda a tão necessária formação contínua de Dirigentes...
Pois é... e os seus empregos...
...e os seus estudos...
...e a sua família...
...e os seus necessários tempos livres...
...e muitas vezes as suas férias...
Não conseguimos dizer também àquela mãe, que o Escutismo não ia ocupar o tempo livre da sua
criança (ou o tempo sempre ocupado da mãe), mas sim iria permitir ao seu filho vivências em grupos
de meninos da sua idade, "espevitando": partilha, responsabilidade, liderança, respeito pelas opiniões
alheias, pelos outros e pelo mundo, destreza física, solidariedade, espiritualidade...
E não conseguimos dizer a esta mãe, que o nosso objectivo era ajudar o seu filhinho a desenvolver
capacidades e sentimentos que o tornassem num Ser mais feliz.
Será que já dissemos tudo isto aos outros Pais?

Texto de:
Isabel Sena
- dirigente escutista

Enviado por:
Junta Regional de Santarém