segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Jovem escuteiro distinguido por salvar criança de morrer afogada no Tejo

Alexandre Moreira recebeu domingo um voto de louvor e uma medalha de mérito atribuídos pelo Corpo Nacional de Escutas por ter salvo uma criança de morrer afogada no rio Tejo. Foi no Verão do ano passado, quando Alexandre Moreira, de 19 anos, estudante na Escola Secundária da Chamusca, foi com a família passar um dia de calor no areal do rio Tejo. Mais acima outras famílias aproveitavam a frescura do rio e algumas crianças brincavam na água.

A certa altura Alexandre e o tio aperceberam-se de que se passava algo de anormal com as crianças e observando com mais atenção viram que uma das crianças estava a ser arrastada pela corrente. “Não hesitei. Corri para a água, atirei-me ao rio e fui buscar a menina que se estava a afogar”, foi assim com grande simplicidade que Alexandre Moreira contou o que se tinha passado naquele dia de Verão.

O jovem faz parte do Agrupamento de Escuteiros 490 da Chamusca e foi com grande surpresa que viu durante as cerimónias das promessas e de entrada de novos escuteiros, realizadas na missa de domingo na Igreja Matriz da Chamusca, ser-lhe entregue um louvor e uma medalha de mérito atribuída pelo Corpo Nacional de Escutas.

Alexandre Moreira diz com simplicidade que não esperava receber esta distinção. “Penso que não fiz nada de mais, na altura só pensei em atirar-me à água e salvar a menina. Recebi os agradecimentos da avó no local e mais tarde o pai da criança veio agradecer-me ter salvo a filha. Não esqueci aqueles momentos. Sempre que me recordo ou passo pela criança ou por alguém da família sinto uma enorme felicidade, por reconhecer que aquela menina pula e salta porque eu estava no local certo e na hora certa”, diz feliz.

O Agrupamento de Escuteiros 490 da Chamusca é que não podia deixar passar este nobre gesto de um dos seus elementos e a chefe do Agrupamento, Sofia Filipe, garantiu que os responsáveis não podiam ter ficado indiferentes à acção do Alexandre. “Ele nunca se colocou em bicos de pés, limitou-se a contar o que se passou com uma calma que arrepia. Por isso propusemos ao Corpo Nacional de Escutas o voto de louvor, foi aceite e ainda lhe juntaram a medalha de mérito. O gesto do Alexandre encheu-nos de orgulho e comoveu-nos a todos, passa a ser um exemplo para todos nós”, disse.

Enquanto isso Alexandre Moreira nervoso, como não estava no dia em que salvou a criança, garante que nem se recorda da data em que tudo aconteceu. “Apenas me recordo de me atirar ao rio nadar até à criança e erguê-la acima da água. Ela nem estrebuchou, pois era muito novinha tinha apenas três anos. Depois entreguei-a à avó que já tinha entrado na água mesmo sem saber nadar”.

“Nunca pensei receber esta distinção do Corpo Nacional de Escutas, mas aceito que é muito bom e um grande orgulho vermos as nossa acções reconhecidas. Esta distinção reforça ainda mais a minha vontade de integrar este grupo onde impera a amizade”, garantiu Alexandre Moreira.

O jovem aprendeu a nadar nas piscinas da Chamusca, é aluno do 10º ano na Escola Secundária, na área de humanidades, mas garante que o que queria seguir efectivamente era uma carreira no desporto.

Notícia retirada: O Mirante.PT